sexta-feira, 15 de abril de 2011

Beleza singular

A beleza grega e romana, a beleza matemática e científica são derivadas de um universalismo asséptico e puro, não contaminado com a eventualidade (ruído), de certa forma. E portanto, deve no mínimo, agradar a todos, mesmo que não possa ser considerada tocante. É o que Giulio Carlo Argan segregou e categorizou como Clássico (na acepçao arganiana). Em contrapartida, ele criou a definição Anticlássico, para designar tudo aquilo que seria belo em determinado momento, para uma minoria específica. Os quadros abstratos de Kandinsky ou Miró por exemplo, não guardam nenhuma relação matemática e portanto, não podem ser "medidos" pelos critérios iniciais. Mas agradam a muitos, e inclusive, podem ser considerados por outros tantos, mais tocantes e essenciais que qualquer produção clássica. A arte contemporânea apresenta forte presença do anticlassicismo, relacionando-se mais à interpretaçao dos signos e ao roteiro da obra, e seus aspectos situacionistas que ao aspecto harmônico-material (visual) do produto.

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